quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Biblioteca Estadual Câmara Cascudo é reinaugurada em Natal



Fotos: Raiane Miranda - ASSECOM/RN

Após nove anos fechada, a Biblioteca Estadual Câmara Cascudo, em Natal, reabriu as portas nesta terça-feira (14). Um dos mais importantes equipamentos educativos e culturais da história do Rio Grande do Norte, a biblioteca tem acervo estimado em cerca de cem mil títulos, entre livros, revistas e publicações, além de vídeos, CDs, fitas VHS e uma ampla hemeroteca. A atual gestão investiu R$ 520 mil em obras complementares para reabrir o equipamento cultural.

Durante a solenidade oficial de abertura nesta terça-feira, a governadora professora Fátima Bezerra exaltou a importância da biblioteca para a memória do povo do Rio Grande do Norte.

“A maior biblioteca pública do Estado estava fechada há quase dez anos. Pela minha trajetória como educadora, não podia permitir que isso continuasse. Devolver os equipamentos culturais à população é uma obrigação como gestora. Precisamos zelar cada vez mais por equipamentos como este, porque ele representa memória e conhecimento”, destacou a governadora, para em seguida anunciar que o Governo abrirá concurso para bibliotecário em breve.

Administrada pelo Governo do Estado, através da Fundação José Augusto (FJA), a BECC já havia passado por uma reforma estrutural no governo anterior, mas sem as atuais obras complementares não havia como colocá-la em operação. Os serviços foram necessários para dar condições de funcionamento com a implementação da climatização, da acessibilidade e aparelhagem de prevenção e combate a incêndio, além de uma subestação de energia.

Para o secretário de Gestão de Projetos e Metas e coordenador do Projeto Governo Cidadão, Fernando Mineiro, a reabertura da Biblioteca Câmara Cascudo marca o esforço integrado das equipes do Governo para resolver pendências legadas pela gestão anterior. “A biblioteca foi concluída em 2018, mas não pode ser aberta porque não tinha as condições necessárias para funcionar. Resolvemos as pendências e hoje estamos devolvendo ao povo do Rio Grande do Norte a maior biblioteca pública do Estado”, disse.

Durante a reabertura também foi inaugurado o auditório Zila Mamede, em homenagem à primeira diretora da biblioteca. Na galeria de artes do equipamento foi aberta a mostra “Naifs da Pinacoteca”, coletiva com obra dos artistas visuais Iaperi Araújo, Fé Córdula, Djalma Paixão, Ivanice, Nivaldo e Arruda Sales, entre outros. A Fundação José Augusto também preparou uma exposição com cem livros premiados no Edital Aquisição de Publicações de Livros, Revistas e Reportagens Culturais da Lei Aldir Blanc RN.

O diretor-geral da FJA, Crispiniano Neto, reforçou que a BECC é a cabeça das redes das bibliotecas públicas do Estado e um ponto fundamental para se estimular o hábito da leitura. “Agora entregamos o equipamento para a população exercer o seu direito ao livro e à leitura”, emendou.

A neta do historiador que dá nome à biblioteca, Daliana Cascudo, reconheceu o esforço do Governo do Estado na área da cultura e da educação. “Sentíamos muito a falta deste equipamento aberto e cheio de estudantes. É preciso reconhecer e agradecer o cuidado que a governadora Fátima tem tido com a cultura potiguar”, frisou.

A solenidade contou com participações artísticas do Coletivo Sociedade dos Poetas Vivos e Afins (SPVA), da União Brasileira de Escritores/RN, a performance cênica do ator Rodrigo Bico, o concerto musical do duo Sérgio Farias e Alzeny Nelo, uma cantoria literária dos violeiros potiguares Felipe e Helânio e uma apresentação do Coral Canto do Povo.

Também participaram da solenidade o vice-governador Antenor Roberto; vereadora Divaneide Basílio e vereador Pedro Gorki o presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Diógenes da Cunha Lima; presidente do Conselho Estadual de Cultura, Iaperi Araújo; presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia da 15ª região, Kilvya Braga, além de expoentes da cultura e das artes.

Nos próximos dias, a Fundação José Augusto fará os últimos ajustes para adequar o acervo ao novo sistema de informática adquirido, e por isso a Biblioteca funcionará somente com expediente interno. Em janeiro, estará pronta para receber o público.

Espaços

A BECC se reapresenta com uma estrutura física redefinida em seu espaço físico. No térreo do prédio estão localizadas a recepção, café e a área destinada para armários e guarda volumes para visitantes e usuários. Também abriga o acervo de obras literárias editadas pela FJA, além da Brinquedoteca com livros, mesas cadeiras para atividades lúdicas como contação de histórias.

No primeiro pavimento estão a Galeria de arte, sala de leitura, sala de vídeo e edição, a sala de coleções especiais, a sala da literatura potiguar que dispõem de computadores destinados à pesquisa.

Por fim, no segundo pavimento se localizam a administração do equipamento, uma sala de referência e o auditório Zila Mamede com capacidade para 30 pessoas.




Sobre a Biblioteca: 

Criada em 8 de abril de 1963 junto à Fundação José Augusto (FJA), foi inaugurada em 1969 sob a gestão de Zila Mamede na Fundação. Em 1970, foi doado o prédio que sediou a Biblioteca, na Rua Potengi, em Petrópolis.

Seu acervo conta com mais de 100 mil exemplares entre livros, revistas, jornais, DVDs, fitas VHS e cassete, CDs e uma hemeroteca com recortes de cerca de 200 assuntos. Os arquivos estão armazenados no prédio da Cidade da Criança, à espera de serem realocados ao seu local de origem.

Fechada desde 2012, teve seu projeto de reestruturação retomado em agosto de 2017, por meio dos recursos do Governo Cidadão, após complicações no contrato das obras anteriores.

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