domingo, 30 de abril de 2017

Caraúbas: Subsídio histórico sobre o Apanha Peixe

POR GERALDO FERNANDES

Lagoa do Apanha-Peixe, município de Caraúbas/RN. Foto: Edivaldo Barbosa

Na lagoa do Apanha-Peixe, no inicio do século 18, residia Manoel Nogueira, ele era um rico fazendeiro, que tinha obtido junto com seus familiares sete datas de terra, tendo cada uma delas, três léguas de cumprido por uma de largura, isto na Ribeira do Apodi. 

Manoel Nogueira foi o primeiro povoador do Apanha Peixe, pois lá mesmo ele fundou uma grande fazenda de gado como também de escravos, levantou ao leste da lagoa um forte para defender-se dos sucessivos ataques dos índios, este forte passou a ter o nome de "Tapera Velha". 

O maior conflito entre os Nogueiras e os índios no Apanha Peixe, foi logo após a colonização do Apodi, datada de 9 de agosto de 1688, foi nesse dia que Matias Nogueira, João Nogueira e Baltazar Nogueira, fundadores do Apodi, juntamente com seus escravos travaram uma luta contra os Índios Tapuias Paiacus.  Nessa luta os índios deixaram morto no campo de batalha, às margens da lLgoa do Apanha-Peixe, Baltazar Nogueira. 

Fonte: Nota sobre a Ribeira do Apodi, de Nonato Mota. 

A DIVISÃO DO APANHA PEIXE

Acontece que a 9 de maio de 1740 começa a demarcação da data de Sesmaria do Apanha -Peixe, tal data foi requerida por Margarita de Freitas e Antônia de Freitas, no lugar denominado de "Tapera Velha" ao leste da Lagoa Apanha-Peixe para o lado do Pacó. Em 29 de julho de 1751, o Apanha-Peixe foi dividido em duas partes, pois o capitão Manoel Carvalho de Azevedo comprou estas ditas terras que passou se chamar  de "Apanha Peixe de Fora", ou seja, o Apanha Peixe de fora, é hoje o atual "Apanha Peixe dos Crentes", já o antigo Apanha Peixe continuou nos domínio dos Nogueiras. 

Fonte: Livro Termo Mineral - Olho D'água do Milho de Cristiano Gurgel pg. 43.

O AÇUDE DO APANHA PEIXE

O açude do Apanha-Peixe fica encravado no Sítio de mesmo nome, o açude teve sua primeira parede iniciada pelo governo imperial no ano de 1889, com os recursos enviados para os flagelados da seca, depois foi ampliado com auxílio do Governo do Estado, e quase construído no ano de 1941, neste mesmo ano o açude tinha uma capacidade de 10 milhões de metro cubicos. 

Fonte: Caraúbas Centenária. 

ORIGEM DO NOME

O nome de Apanha-Peixe, segundo a tradição oral, vem do fato que quando o vento soprava fazia ondas nas águas, e jogava os peixes fora, naquela época não existiam redes para pegar os peixes, e quando eles ficavam fora da água o povo gritava "Apanha-Peixe!", e tão grande era a pescaria que se realizavam a mão sem auxílio de qualquer outra armadilha, que veio para a lagoa, o sugestivo nome de "Apanha-Peixe".

Outro fato que marcou a comunidade foi no dia 12 de junho de 1927, foi nesta data que o temido Lampião e seu bando de passagem para Mossoró, fizeram rápida parada naquela lagoa aonde banharam os seus animais, encheram suas moringas d’águas e em seguida fizeram José Paulino Bezerra, mais conhecido como "O Velho Pequeno" como refém. Segundo os mais velhos, apesar da pisa que "Pequeno" sofreu, ele não entregou nenhum vintém de suas economias aos bandidos. 

Fonte:  NTrilha do Passado de Sergio Augusto de Sousa

*Geraldo Fernandes é escritor e membro da Academia Apodiense de Letras(AAPOL). 

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Felipe Guerra: Subsídios históricos do Sítio Mulungu

Por Geraldo Fernandes 

Capela do Sítio Mulungu. Foto: Jotta Maria 

O Mulungu é uma das comunidades mais antigas do município de Felipe Guerra, sendo ela encravada dentro das datas do "Bom Sucesso". Os primeiros registros desta comunidade foram no dia 14 de janeiro de 1788, quando Domingos Fernandes de Sousa e Felix Antonio de Sousa recebiam uma concessão de Carta de datas e sesmaria passada pelo Capitão-Mór, José Barbosa Gouveia, dando-lhes trés léguas de terras de cumprido por uma de largura, começando no "Pau do Tapuio" e terminando estas terras do Bom Sucesso para parte do Jaguaribe já extremando com o Estado do Ceará. 

O nome Mulungu surgiu por conta da dita árvore, pois essas espécies de plantas chamadas popularmente de "Mulungu" ou "eritrina", era muito comum na nossa região. Ela encontrava-se facilmente em toda a chapada do Apodi. Seu tamanho pode variar muito, mas são árvores de médio à grande porte.

Uma das pessoas de maior destaque desta comunidade foi Elisa Ferreira de Freitas, para se ter uma ideia no ano de 1921, ela foi apontada pelo censo realizado através do Ministério da Indústria e Comércio, como sendo a primeira mulher a ser dona de todas as terras do Sítio Mulungu, uma das mais ricas da Ribeira do Apodi. Hoje essa comunidade é uma das mais próspera de nosso município,  haja visto que a mesma fica no meio da Br 405, com acesso para qualquer lugar do Brasil.  Uma das belezas daquela comunidade é o açude que fica no Riacho do Tapuio,  segundo estimativa, tal açude tem sua capacidade de armazenar 100 mil metros cúbicos de água. O açude foi construído em 1979, juntamente com a construção da Br 405. O padroeiro da vila  é São Francisco, e a capela foi construída no ano de 1962. 

Fonte: Censo do Ministério da Indústria e Comércio de 1921. 

Geraldo Fernandes é Historiador/Pesquisador, poeta e Membro da Academia Apodiense de Letras(AAPOL).

domingo, 16 de abril de 2017

A Instalação do Município de Felipe Guerra


Por Geraldo Fernandes*


No dia 25 de outubro de 1964, às 19 horas realizava-se a sessão de instalação do município de Felipe Guerra, sob a presidência do Sr. Isauro Camilo de Oliveira, prefeito do município de Apodi. Também estavam presentes os seguintes senhores: José Antônio da Silva, Dr. Eilson Gurgel do Amaral, Luiz Alves de Oliveira, e um grande número de populares. Após declarar aberta a sessão, o Sr. presidente, declarou instalado o município de Felipe Guerra, logo em seguida foi empossado para o cargo de prefeito municipal o Coronel da Policia Militar, José Antônio de Silva, nomeado por ato do Governador Aluízio Alves, de acordo com art. n°3 da lei n°3.041, de 27 de dezembro de 1963, conforme portaria de 16 de junho de 1964. Usou a palavra o senhor Eilson Gurgel do Amaral, tendo o senhor prefeito recém empossado usado a palavra para agradecer a homenagem, não havendo mais nada a tratar o senhor presidente deu por encerrada a presente reunião. 

Veja quem mais se encontrava presente nesse dia histórico do nosso município: 

JOSÉ FIRMO DO PATROCÍNIO, ARI ARES DE AMORIM, RAIMUNDO JULIÃO DE GÓIS, RAIMUNDO CABRAL, SIMÃO DE GÓIS, CÁSSIO GURGEL DE BRITO, PACIFICO PINTO BARRA, JOSÉ DIOGENES, FRANCISCO CHAGAS DA SILVA, MANOEL JOAQUIM DE SANTANA, FRANCISCO DE ASSIS GURGEL, DANIEL EUZÉBIO, LOURIVAL DE SOUSA BARRA, OLIVAR CARLOS BARRA, JOSÉ PINTO BARRA, JOEL CANELA FILHO, VALDOMIRO ALVES DA SILVA, PEDRO ALVES DA SILVA, BERENICE MACEDO, MARIA ALVANIR TAVARES, MARIA DE BRITO GUERRA, EROTILDE DE ALMEIDA, RAFAEL GURGEL DE BRITO, SEBASTIÃO PASCOAL DA COSTA, BENEDITO FRAGOSO, PAULO BARRA FILHO, JOAQUIM BARBOSA DE LIRA, FRANCISCO HENRIQUE DE OLIVEIRA, MANOEL VALENTIM DE OLIVEIRA, JOSÉ MARCOLINO, JOSÉ FIRMINO DE OLIVEIRA, RAIMUNDO GURGEL FILHO, JOSÉ RICARTE, SEBASTIÃO DOMINGOS DO ROSARIO, MARTINS SILVINO, MIGUEL JULIÃO DE GÓIS, PAULO FRANCISCO DO NASCIMENTO, MARIA RITA GURGEL, CÂNDIDO PASCOAL DA COSTA, JOSÉ MARIA DA SILVA.

Fonte: Ata da Câmara Municipal de Felipe Guerra do dia 25 de outubro de 1964. 

*Geraldo Fernandes é Historiador/Pesquisador, poeta e Membro da Academia Apodiense de Letras(AAPOL).

domingo, 2 de abril de 2017

Casa de Câmara e Cadeia de Portalegre/RN




Em 08 de dezembro de 1761, quando da fundação da Vila de Índios de Portalegre, estava iniciada a obra da primeira casa de governo e justiça, cujo pavimento superior abrigava a câmara e a parte inferior as celas dos prisioneiros. Não se sabe a data de conclusão da construção, mas se sabe que no fim do século XVIII a primeira Casa de Câmara e Cadeia do sertão da Capitania do Rio Grande do Norte já estava em funcionamento.

É com espírito de júbilo que a Prefeitura de Portalegre devolveu aos portalegrenses  no dia 01 de abril de 2017, seu maior patrimônio histórico e arquitetônico agora reformado e abrigando no seu interior um Museu, uma Pinacoteca e a Biblioteca Municipal. Na parte detrás do prédio foi construído o espaço cultural "Cantofa e Jandi" com auditório, palco, camarim e quiosques.




Biblioteca Municipal 















Espaço Cultural em homenagem as índias Cantofa e Jandi 

 Um pouco da historia de Cantofa e Jandi. 

  
Informações enviada por Marcksuel Oliveira  - Diretor da Casa de Câmara e Cadeia de Portalegre 

Casa de Câmara e Cadeia de Portalegre



Em 08 de dezembro de 1761, quando da fundação da Vila de Índios de Portalegre, estava iniciada a obra da primeira casa de governo e justiça, cujo pavimento superior abrigava a câmara e a parte inferior as celas dos prisioneiros. Não se sabe a data de conclusão da construção, mas se sabe que no fim do século XVIII a primeira Casa de Câmara e Cadeia do sertão da Capitania do Rio Grande do Norte já estava em funcionamento.

É com espírito de júbilo que a Prefeitura de Portalegre devolveu aos portalegrenses  no dia 01 de abril de 2017, seu maior patrimônio histórico e arquitetônico agora reformado e abrigando no seu interior um Museu, uma Pinacoteca e a Biblioteca Municipal. Na parte detrás do prédio foi construído o espaço cultural "Cantofa e Jandi" com auditório, palco, camarim e quiosques.




Biblioteca Municipal 















Espaço Cultural em homenagem as índias Cantofa e Jandi 

 Um pouco da historia de Cantofa e Jandi. 

  
Informações enviada por Marcksuel Oliveira  - Diretor da Casa de Câmara e Cadeia de Portalegre