Ex-governador faria 100 anos, nesta quarta-feira, 11 de agosto de 2021.
ALUIZIO ALVES nasceu no dia 11 de agosto de 1921, na cidade de Angicos, na região central do Rio Grande do Norte, sendo o terceiro filho do casal Manoel Alves Filho(Nezinho) e Maria Fernandes Alves(Dona Liquinho). Fez o curso primário em sua cidade entre 1926 e 1930 e, de 1936 a 1940, fez os estudos secundários em Natal. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Maceió(AL), com Especialização em Serviço Social.
Foi casado com Ivone Lyra Alves(falecida em 2006) , com quem teve quatro filhos: o empresário Aluízio Alves Filho, Henrique Eduardo Alves, ex-deputado federal por 11 mandatos consecutivos, Ana Catarina Alves, que também foi deputada federal, e o jornalista Henrique José.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL:
Na capital do estado, entre 1940 e 1945 foi redator político do jornal A República, diretor do Serviço Estadual de Reeducação e Assistência Social, secretário, e depois presidente, da seção rio-grandense-do-norte da Legião Brasileira de Assistência (LBA).
Tornou-se diretor da Biblioteca Norte-Rio-Grandense de História e da Sociedade Brasileira de Folclore. Ganhou projeção como organizador e especialista dos serviços de assistência social do estado. Membro da Sociedade de Higiene Mental do Nordeste, participou do Congresso de Psiquiatria e Higiene Social do Nordeste, realizado em Natal, e foi presidente do Centro de Estudos Sociais do Rio Grande do Norte.
Em 1949, assumiu o cargo de redator-chefe da "Tribuna da Imprensa", jornal carioca de propriedade do udenista Carlos Lacerda. Em Natal, a partir de 1950, dirigiu a Tribuna do Norte, órgão de que se tornaria proprietário posteriormente. Ainda na capital do estado, dirigiu a Rádio Nordeste. Além do jornal Tribunal do Norte, Aluísio Alves tornou-se proprietário de emissoras de rádio no Rio Grande do Norte e da TV Cabugi de Natal, filiada à Rede Globo.
TRAJETÓRIA POLÍTICA:
Em 1945 iniciou oficialmente sua trajetória na vida pública, elegendo-se deputado federal constituinte, pela UDN - União Democrática Nacional, com 5.788 votos. Tomou posse em fevereiro de 1946, tornando-se então, aos 24 anos de idade, o mais jovem constituinte. Com a promulgação da nova Carta (18/9/1946) passou a exercer mandato ordinário. Durante seu primeiro mandato ocupou ainda a secretaria geral da UDN no RN.
Pela UDN, foi reeleito deputado federal nos pleitos de 1950(com 11.435 votos); 1954(com 18.699 votos) e 1958(com 23.726 votos). Apoiou a eleição de Dinarte Mariz ao Governo do Estado em 1955, mas pouco tempo depois rompe com seu ex-aliado e se lança como candidato ao Governo em 1960.
Campanha para o Governo do Estado em 1960. Foto: reprodução.
Apelidado de “Cigano Feiticeiro”, Aluizio liderou a “Cruzada da Esperança” e foi eleito governador no pleito de 03 de outubro de 1960, com 121.076 votos pelo Partido Social Democrático(PSD), tendo o caicoense Walfredo Dantas Gurgel(PSD), como vice-governador. Na ocasião, derrotou o então deputado federal Djalma Marinho, candidato ao Governo pela UDN, que recebia o apoio de Dinarte.
Posse no Governo do RN em 1961. Foto: Diário de Natal.
Aluizio Alves assumiu o comando do poder executivo potiguar em 31 de janeiro de 1961 e encerrou o mandato em 31 de janeiro de 1966. Como governador Aluízio criou as companhias de água, luz e telefone, o instituto de previdência do RN e trouxe ao Estado a energia de Paulo Afonso.
Nas eleições de 1965, elegeu o seu sucessor, apoiando Walfredo Gurgel na disputa pelo governo do Estado, que consagrou-se vitorioso com 151.349 votos , derrotando o senador Dinarte Mariz da UDN.
Apoiou o Golpe Militar de 1964, e com a instauração do bipartidarismo, filiou-se ao partido do governo, a Aliança Renovadora Nacional(ARENA). Tentou disputar uma vaga no Senado Federal, entretanto teve seu nome vetado pelo próprio regime. Em 1966 foi eleito para o quinto mandato de deputado federal, com a votação recorde de 59.985 sufrágios.
Tomou posse em fevereiro de 1967 e cumpriu o mandato até 1969, quando foi cassado e teve seus direitos políticos suspensos, por força do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Em seguida, filiou-se ao partido da oposição, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Em 1974 coordenou a campanha da oposição no estado, elegendo, em novembro, seu candidato ao Senado, Agenor Maria, que derrotou Djalma Marinho, da Arena.
Com o fim do bipartidarismo filiou-se ao Partido Popular(PP) e ajudou a fundar o PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro.
Segunda tentativa na disputa pelo governo estadual, em 1982. Foto: reprodução.
Aluizio retornou às disputas eleitorais em 1982, concorrendo ao governo estadual pelo PMDB, mas acabou derrotado pelo engenheiro e ex-prefeito nomeado da capital, José Agripino Maia, do PDS. Aluizio obteve 283.572 votos. Já o vencedor Agripino, conquistou 389.924 sufrágios.
Aluizio foi Ministro da Administração no governo do Presidente José Sarney(1985-1989). Em 1990, foi eleito para o sexto e último mandato de deputado federal, com 61.541 votos, atuando na legislatura 1991-1995. Assumiu o Ministério da Integração Regional na gestão do presidente Itamar Franco(1992-1994).
Faleceu em Natal, em 6 de maio de 2006, aos 84 anos, vítima de isquemia cerebral.
Jingles da Campanha de 1960.
Discurso de Posse no Governo do Estado, em 31 de janeiro de 1961.
FAMÍLIA ALVES NA POLÍTICA:
Aluizio foi um dos principais membros da família Alves, que dominou o Estado durante décadas. Ocupou o cargo de deputado federal por 06 mandatos(1945, 1950, 1954, 1958, 1966 e 1990), Governador do Estado(1961-1966) e Ministro de Estado, por duas vezes.
A trajetória de sucesso na política foi iniciada por seu pai, o comerciante Manoel Alves Filho(Nezinho), que ocupou os cargos de vereador, Prefeito nomeado(década de 30), vice-prefeito(1953-1958) e presidente da Câmara Municipal de Angicos.
Três dos irmãos de Aluízio seguiram a trajetória na vida pública:
Expedito Alves exerceu o cargo de prefeito de Angicos por três vezes: eleito em 1962(gestão 1963-1967); 1972(gestão 1973-1977) e em 1982(para o mandato 1983-1988). Entretanto, não concluiu o terceiro mandato, já que foi assassinado em setembro de 1983.
Garibaldi Alves(hoje com 98 anos), foi eleito deputado estadual em 1962, atuando na legislatura 1963-1967; reeleito em 1966, entretanto também teve o mandato cassado em 1969, por força do AI-5. Retornou à vida pública em 1986, ao se eleger vice-governador na chapa encabeçada por Geraldo Melo, ocupando o cargo no período 1987-1991. Em 2006 foi eleito suplente de senador na chapa encabeçada por Rosalba Ciarlini. Com a eleição desta última para o Governo do Estado,em 2010, "Garibaldi Velho", assumiu uma cadeira no Senado durante a legislatura 2011-2015, encerrando sua participação na política.
Outro irmão de Aluízio a ingressar na vida pública, foi o jornalista Agnelo Alves, que assumiu a Casa Civil do Governo do Estado, durante sua gestão. Em 1965, Agnelo foi eleito prefeito de Natal, tomando posse em 1966. Mas, foi cassado em 1969, também por força do Ato Institucional Nº 05. Em 1998, foi eleito suplente de senador na chapa de Fernando Bezerra, e assumiu temporariamente uma vaga no Senado Federal, entre 1999 e 2000, enquanto o titular assumia o Ministério da Integração Nacional. Em seguida, Agnelo foi prefeito da cidade de Parnamirim por 02 mandatos consecutivos, de 2001 a 2005 e de 2005 a 2008. Foi eleito deputado estadual em 2010, reelegendo-se em 2014. Faleceu em junho de 2015, aos 82 anos de idade, em decorrência de uma infecção pulmonar.
Os passos de Aluízio Alves na política foram seguidos por seu filho Henrique Eduardo Lyra Alves, que ocupou o cargo de deputado federal por 11 legislaturas seguidas, sendo o campeão de mandatos no Estado: 1971-1975, 1975-1979, 1979-1983, 1983-1987, 1987-1991, 1991-1995, 1995-1999, 1999-2003, 2003-2007, 2007-2011, 2011-2015), foi presidente da Câmara dos Deputados(2013-2015) e Ministro do Turismo, por duas vezes(gestões Dilma e Temer). Já sua filha Ana Catarina Alves assumiu o cargo de vereadora de Natal(1989-1992) e deputada federal por 2(duas) vezes, nas legislaturas 1995-1999(na condição de suplente) e 1999-2003(titular).
Além disso, Aluizio Alves era tio de Garibaldi Alves Filho(ex-deputado estadual, ex-prefeito de Natal, ex-governador do RN, ex-Senador da República e Ex-Ministro de Estado); e de Carlos Eduardo Alves(ex-deputado estadual, ex-vice-prefeito e ex-prefeito de Natal);
Fontes de pesquisa:
Fundação Getúlio Vargas - http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/alves-aluisio;
Portal da Câmara dos Deputados - https://www.camara.leg.br/deputados/133958/biografia;
Repositório de Dados Eleitorais do TSE - https://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/repositorio-de-dados-eleitorais-1;
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