quinta-feira, 27 de julho de 2023

RN tem mais de 22 mil quilombolas, aponta Censo do IBGE

O Rio Grande do Norte tem 22.384 pessoas quilombolas, segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022. Ao todo, 53 municípios potiguares têm residentes quilombolas, mas oito cidades concentram 49% dessa população: Ceará-Mirim (9,3%), Macaíba (6,5%), Portalegre (6,3%), Lagoa Nova (6,0%), Touros (5,8%), Parnamirim (5,1%), Natal (5,1%) e Luís Gomes (5%).

As 22.384 pessoas quilombolas identificadas pelo IBGE em território potiguar representam 0,68% da população residente no RN, o que faz do estado o 10ª do país com a maior proporção de pessoas quilombolas entre seus residentes. No Brasil, 0,65% da população é quilombola.

Em números absolutos, Ceará-Mirim é o município com maior população quilombola (2.071 pessoas), o equivalente a 2,62% da população recenseada da cidade.
Macaíba aparece na sequência com o segundo maior quantitativo, concentrando 1.459 pessoas quilombolas, o que corresponde a 1,77% da sua população quilombola recenseada.

Na sequência, vem Portalegre com 1.399 pessoas quilombolas. Embora apareça como terceiro em quantitativo, Portalegre é a 1ª em percentual de pessoas quilombolas no total de sua população residente (18,41%).

Jundiá (14,54%) e Luís Gomes (12,36%) aparecem na 2ª e 3ª posição como os municípios com maior percentual de pessoas quilombolas no total de moradores.

Essa é a primeira vez que o IBGE faz um levantamento detalhado de pessoas quilombolas, tendo recenseado um total de 1.327.802 pessoas em todo o Brasil, distribuídas em 24 estados e no Distrito Federal. O Nordeste foi a região com maior percentual de população quilombola do país (68,2%). As comunidades quilombolas já eram recenseadas, no entanto, não havia a distinção em relação à população geral. Na pesquisa de 2022, o questionário do Censo trazia a pergunta: “você se considera quilombola?”.

Moradias

Dentre os 1,1 milhão de domicílios particulares permanentes ocupados no Rio Grande do Norte, 8.382 têm pelo menos um morador quilombola, o que corresponde a 0,73% dos domicílios do mesmo tipo no estado.

Nas casas onde há, pelo menos, um morador quilombola, 88,47% dos demais moradores também são quilombolas. Na avaliação do IBGE, isso quer dizer que a população quilombola do RN reside em domicílios com menos heterogeneidade étnica, um padrão que também se repete na maioria das unidades da Federação.

Em pelo menos 30 municípios potiguares, mais de 80% das casas têm, no mínimo, um morador quilombola.

Territórios delimitados

Dentre os quilombolas que residem no RN, apenas 15,39% dessa população está em territórios oficialmente delimitados, ou seja, 19.939 (84,61%) pessoas quilombolas encontram-se fora de áreas formalmente reconhecidas.

Os territórios quilombolas oficiais no estado abrigam 3.633 pessoas, sendo 3.445 quilombolas (94,83%) e 188 (5,17%) não quilombolas.

O Território Quilombola Capoeiras aparece com o maior número de pessoas quilombolas (1.077), seguido do Território Macambira (997), do Território Nova Descoberta (607), Acauã (302), Comunidade Aroeira (180), Boa Vista dos Negros (142), Sítio Pavilhão (96) e Jatobá (44).

A maioria dos quilombolas em áreas demarcadas estão nas cidades de Macaíba (1107 pessoas quilombolas), Lagoa Nova (832), Ielmo Marinho (607), Poço Branco (302), Pedro Avelino (180), Santana dos Matos (165), Parelhas (142), Bom Jesus (66) e Patu (44).

Já fora dos territórios quilombolas oficialmente delimitados, as maiores concentrações estão em Ceará-Mirim (2.071 pessoas quilombolas), Portalegre (1.399), Touros (1.302), Parnamirim (1.142), Natal (1.139) e Luís Gomes (1.121).

Ao todo, o RN tem apenas 44 pessoas quilombolas residentes em territórios quilombolas oficialmente delimitados com o status fundiário de titulado, que é o mais avançado do processo de regularização fundiária.

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