quarta-feira, 2 de setembro de 2015

E riem os mortais quando tropeçam os deuses

Por Marcos Pinto*

Foto-Reprodução

O contexto existencial humanos nos apresenta fatos que, analisados dentro de um prisma subjetivo, refundido e recolhido pela retentiva das versões, evidencia conotações expressionais, às vezes irônicas, às vezes asquerosas, acomodando peculiaridades verbais, partícipes e vivenciais. 

Não raro, encontramos pessoas que se deixam dominar pela força do poder de que são detentoras. Esquecidas do peremptório desfecho existencial, sobrepujam os mais humildes, aviltam inocentes, pisoteiam os fracos, debuxam perfis probos, sob a égide de um primarismo arrogante, de uma vaidade bocó. 

Personagens da sombra, apresentam posturas de inércia, orgulhos extremados, comumente utilizados como escudo invisível de suas exacerbantes incapacidades, de suas vaidades profundamente absurdas, tornando transparente a fealdade de seus egoísmos. 

Sem querer ferir princípios éticos nem suscetibilidades, são pessoas que, na versatilidade e abrangência dos fatos, habitam um mundo onírico e filosófico. Não raro, são viventes que o tempo se encarregará de deixá-los acomodados na faixa silente do esquecimento. Açodados na premência do tempo e na angústia do vício original da improbidade, incorrem na ânsia voraz de incorporá-la à história, maculando o território do passado remoto. 

Os afluentes da história extirpam da nosologia nacional incautos figurantes que ousam empunhar as armas da felonia e da perfídia, assumindo contornos de desalentos e perplexidades, no bojo do processo evocativo. 

Em nosso despretensioso entendimento, tornar-se imprescindível combatermos com intensidade essa forma de prurido de mando que permeia entre nós, atingindo no cerne a vaidade que peculiariza os medíocres, a sandice que domina os incompetentes, não raro guindados a postos de chefia. 

Pseudodeuses – até vivem aparentemente satisfeitos dentro das couraças de suas estupidezes. Personalidades plurais, não permitem confronto de similaridades na sequência dos fatos. 

Na força do silêncio, escondem algo de sub-reptício nos escaninhos do mistério, evidenciando redutos degenerantes do parasitismo. 

Só uma arma detém a infalibilidade no combate aos que julgam donos da verdade, detentores da razão, filósofos da sabedoria: humildade diluída na abrangência dos fatos. A esses sacripantas resta a necessidade de serem colocados nos seus devidos lugares, ou seja, no anonimato e no nefasto reduto da pobreza espiritual. 

*Marcos Pinto é advogado e historiador