sábado, 28 de maio de 2022

Coleção da EDUFRN resgata principais obras de Oswaldo Lamartine de Faria

Oswaldo Lamartine de Faria recebeu o título de Doutor Honoris Causa da UFRN em 2005 – Fonte: TN

Mobilizador de memórias, guardião de um tempo específico, marcado a ferro pela autenticidade que define a construção de um povo e de uma região peculiar do Brasil. Magro e reto como um personagem dos clássicos regionais do sertão, embora afiado como suas facas de ponta na assertividade e na decisão de amar e descrever seu status no mundo: o de sertanejo. Chamado de “sertanólogo”, Oswaldo Lamartine de Faria é, com certeza, um personagem do Brasil que ajudou a dar nome e visibilidade ao Rio Grande do Norte, sua terra, do mar à Caatinga. A memória do pesquisador e parte de seus estudos foram condensados em um trabalho inédito, disponível no Repositório Institucional da UFRN, em cinco volumes intitulado: O Sertão de Oswaldo Lamartine, e lançado por ocasião dos 60 anos da Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EDUFRN).

A coleção foi organizada como uma ação de extensão da Editora por Graco Aurélio Melo Viana, pró-reitor de Extensão e ex-diretor da EDUFRN; Helton Rubiano, diretor adjunto da EDUFRN, e Vicente Serejo, jornalista e ex-professor de comunicação da UFRN. O trabalho não se limita a reunir parte da obra do autor, mas oferece ainda uma pesquisa intensiva para a seleção das obras utilizadas. O processo passou por etapas de identificação das edições físicas, revisão, digitalização de texto e imagens, diagramação e design.

Helton Rubiano conta que a iniciativa de resgate de Oswaldo Lamartine, de forma convidativa e moderna, busca facilitar a introdução das obras do autor na sociedade contemporânea. Nas páginas da coleção, esses aspectos tornam-se claros no design e na diagramação, compostos por ilustrações do artista plástico potiguar Newton Navarro. Os volumes trazem, também, depoimentos sobre Oswaldo de personalidades como os escritores, Ariano Suassuna, Virgílio Maia e Rachel de Queiroz. Além disso, uma bibliografia de outros livros publicados pelo autor, produzida por bibliotecárias-documentalistas da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM/UFRN).

 
Coleção é lançada por ocasião dos 60 anos da EDUFRN – Foto: Cícero Oliveria – Agecom/UFRN

“De primeiro, só quem fazia rastro de gente na Caatinga do Seridó era pé de caboclo brabo”, diz Oswaldo Lamartine no primeiro texto do primeiro tomo da coleção. Aqui, o autor começa a contar uma das passagens mais drásticas, tristes e injustas da história potiguar, parte de uma narrativa muito conhecida, resultado da invasão européia ao território hoje chamado de Brasil: o genocídio indígena. “Foi a penetração do curral, provavelmente, o facho que fez pegar fogo, de ponta a ponta, no aceiro divisor das duas raças […] Pipocava, assim, a luta que a História batizou com o nome de Guerra dos Índios. Dez anos (1687-1697) de arco e tacape contra a pólvora e o aço. Briga desigual de branco, que trazia armas de aço e o comando astucioso dos capitães de campo — generais das batalhas que a História esqueceu — e o mau espírito trovejante da pólvora que fazia carniça sem carecer tomar chegada”, narra o autor.

O trecho foi escrito no texto A caça nos sertões do Seridó, um dos três apresentados no Volume 1 do trabalho: O Sertão de Oswaldo Lamartine. Os outros são: Algumas abelhas dos sertões do Seridó: notas de carregação; e Conservação de alimentos nos sertões do Seridó. O Volume 2 traz dois textos: ABC da pescaria dos açudes do Seridó e Os açudes dos sertões do Seridó. O Volume 3 trata do Encouramento e arreios do vaqueiro do Seridó; Ferro de Ribeiras do Rio Grande do Norte; e Apontamentos sobre a faca de ponta.

Vocabulário do criatório norte-rio-grandense, é o título do Volume 4 da coleção. Trata-se de um dicionário que aborda não apenas a linguagem, mas explica também o significado de elementos e componentes que formavam o Seridó originário. São diversos verbetes talvez desconhecidos pelas gerações atuais, mas comuns para muitos que nasceram na cena rural de qualquer sertão nordestino até a década de 1990. Um exemplo é a palavra Argé, que descreve uma característica específica de um animal, mas frequentemente utilizada em certos rincões para reclamar do comportamento de algumas pessoas: “alger que deu o plebeísmo argé ou agé — desajeitado, infeliz, desastrado.”

O Volume 5 da obra de Oswaldo Lamartine reúne dois textos essenciais passíveis de muitas adjetivações positivas. No primeiro, organizado pela célebre escritora cearense Natércia Campos, com o título Em Alpendres D’Acauã : Conversa Com Oswaldo Lamartine De Faria, ela realizou o extraordinário feito de entrevistar Oswaldo a partir de uma seleta e intangível interação de vozes com as ilustres participações de Rachel de Queiroz, Ariano Suassuna, Francisco Dantas, Frederico Pernambucano de Mello, Luís Carlos Guimarães, Maria Lúcia Dal Farra, Nei Leandro de Castro, Sanderson Negreiros, Vicente Serejo, Vingt-Un Rosado, Virgílio Nunes Maia, ela própria e outros. O resultado foi publicado em livro, agora resgatado na coleção da EDUFRN. 

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Coleção “O Sertão de Oswaldo Lamartine” está disponível gratuitamente no Repositório Institucional da UFRN – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

O pró-reitor de Extensão (Proex), Graco Aurélio Melo Viana, na época diretor da EDUFRN, foi quem idealizou o projeto com rápida aceitação de Helton Rubiano. Segundo ele, foi fácil vender a ideia para o Reitor e outros apoiadores, inclusive à atual diretora da Editora da UFRN, Maria da Penha Casado Alves, que assumiu o projeto quando Graco saiu para assumir a Pró-reitoria. Ainda de acordo com Graco, foi o professor Tarcísio Gurgel quem sugeriu convidar Vicente Serejo para colaborar com a pesquisa que resultou no livro, financiado pela Proex a partir do edital Caravana Cultural. “Será uma obra de referência sobre os sertões. É um marco. Do mesmo jeito que foi um marco reeditar Câmara Cascudo, será um marco para a Editora a rendição dessas obras de Oswaldo Lamartine de Faria”, destacou.

Em texto de apresentação da obra, o reitor da Universidade, José Daniel Diniz Melo, agradece a oportunidade de poder lançar esse trabalho. “Não posso deixar de assinalar a grande alegria de me encontrar à frente da Reitoria no momento em que a UFRN produz e disponibiliza esta obra. Por isso, gostaria de homenagear os responsáveis por este trabalho que faltava à cultura brasileira. Parabenizo também os leitores pela excelente oportunidade de descobrir — em muitos casos, redescobrir — a riqueza que há em O sertão de Oswaldo Lamartine. Porém, congratulo-me, sobretudo, com os conterrâneos seridoenses, presenteados com o sertão de todos, vivamente retratado aqui”, escreveu o professor.

Para José Daniel, a obra de Oswaldo, encontrada apenas em sebos e fragmentada em muitos pequenos volumes, necessitava de um ordenamento editorial capaz de confirmar e ampliar sua grandeza. “É o que ora faz a UFRN com a publicação de O sertão de Oswaldo Lamartine, mediante autorização do filho Cassiano Lamartine, e obedecendo criteriosa organização de Vicente Serejo, Graco Aurélio Melo Viana e Helton Rubiano de Macedo. Assim, os interessados em melhor conhecer essa fascinante região brasileira a encontrarão ordenada tematicamente nos volumes agora entregues em bela concepção editorial”, reforçou.

Doutor Honoris Causa

Ainda no último volume da coleção da EDUFRN, foram resgatados os discursos da Solenidade de outorga do título de Doutor Honoris Causa concedido a Oswaldo Lamartine de Farias no dia 16 de novembro de 2005 pela UFRN. Em seu discurso, o então reitor José Ivonildo Rêgo destacou a importância de conceder a honraria ao mestre sertanólogo. “Ninguém mais merecedor deste título honorífico que o escritor, pesquisador e etnógrafo Oswaldo Lamartine de Faria, cuja obra valiosa há muito já assegurou o seu lugar entre os maiores ícones da cultura norte-rio-grandense e, por extensão, da cultura nordestina e brasileira”, disse. “Por toda a sua história de vida, pelo notório saber no campo da etnografia, pelo conjunto da sua obra, citada e estudada no Brasil inteiro, é que a UFRN se sente feliz em lhe outorgar este título”, complementou.

Coube ao jornalista, então professor da UFRN, Vicente Serejo, fazer a apresentação de Oswaldo Lamartine na solenidade. O discurso, misto de poesia e elegia, tenta desenhar o homenageado junto a seu contexto e lugar de fala. “No princípio, como numa gênese bíblica, era o sertão mais sertão. Vastos campos cercados por uma solidão de pedra”. Com desenhos de quem conhece a pessoa biografada, Vicente extrai de sua rica percepção de mundo e do conhecimento sobre o sertanista uma imagem espessa e duradoura. “Nesse território mágico e monumental, nasce um menino que mesmo tendo cortado o umbigo em Natal tinha sua raiz secular fincada no sertão, nos chãos de pedra do Seridó. […] O sertão é a raiz desse menino caçula e temporão, ou, como ele mesmo escreveu, ‘sobejo da seca de 19, o último de uma ninhada de dez’”, continua o jornalista que em 16 páginas conta um pouco da biografia de Oswaldo, fala de seu talento, sua obra e seu olhar para a vida como espírito especial de sua época.

“Perdi horas de sono e de sossego tentando entender a razão de tudo isso”, assim começa Oswaldo Lamartine em seu rápido discurso de agradecimento durante outorga do título a ele concedido. Nem duas páginas de timidez e modéstia. “De primeiro, cuidei ter sido pelos descaminhos dos homens neste mundo de ranger os dentes, desassossegado que nem as ondas do mar. Depois, quem sabe, o afago de vosmecês, no adeus desse meu imerecido viver. Sei lá (?). É a balança do julgamento dos meus amigos costuma ser manca. É não é astúcia, pantim, nem cavilação, pois o que botei no papel foram apenas momentos do dia a dia do nosso sertanejo. […] Daí eu repetir: é mais deles do que meu esse título”, disse Oswaldo.

“Mesmo assim: encabulado, areado e zonzo, tenho de confessar: não sou soberbo nem ingrato. Agradeço a vosmecês, mais ainda, ao Doutor Reitor, sertanejo das terras do pôr do sol, onde, naqueles ontens os condutores das boiadas ferravam o tronco de um pé de pau onde se arranchavam. Coisas de um sertão de nunca-mais. Tempos do imperador velho. Mas isso é outra conversa. Boa noite. Façam agora como mandam aquele menino: batam palmas com vontade, faz de conta que é turista”, finalizou sob emoção efusiva dos presentes.

Oswaldo Lamartine, por ele e por outros

Oswaldo Lamartine de Faria nasceu em Natal (RN), em 15 de novembro de 1919, e faleceu na mesma cidade em 2007, aos 87 anos. Filho do ex-governador Juvenal Lamartine de Faria (1874-1956) e Silvina Bezerra de Faria (1880-1951), foi escritor e sertanista, publicando uma vasta bibliografia acerca do cotidiano no sertão nordestino. Publicou 21 livros, que o tornaram uma referência no tema.

Oswaldo exibe na camisa sua marca de ferro – Fonte: Geni

Coube ao reitor da UFRN, professor José Daniel Diniz Melo, traçar um pouco da biografia do sertanista, disposta na apresentação dos cinco volumes de O Sertão de Oswaldo Lamartine. Daniel lembra que, quando Oswaldo recebeu, em 2005, o título de Doutor Honoris Causa da UFRN, já ultrapassava oitenta anos de existência. “O reconhecimento, a seu tanto tardio, mas obviamente oportuno, fazia justiça a um autor que, não tendo pertencido à academia, produziu obra de suma importância sobre o semiárido seridoense, numa prosa por todos elogiada”, relata o professor.

Na opinião do Reitor, Oswaldo poderia ter optado por sua opção intelectual, ainda mais pelo que parecia ser o destino de estudar de forma incansável a terra que funde culturalmente os estados irmãos Rio Grande do Norte e Paraíba: os sertões do Seridó. “Ocorre que esse doutor natalense, dominado pelo sentimento telúrico, tinha a correr nas veias o mais autêntico sangue seridoense, herdado de outro amoroso por aquelas terras, cujas tradições chegou a pesquisar, em Velhos costumes do meu sertão, o ex-governador Juvenal Lamartine”, descreve José Daniel Diniz.

No texto Oswaldo Lamartine por ele mesmo, disponível no volume 5 da coleção, o próprio se descreve como caçula de uma ninhada de dez. “Desasnado na escola da Professora Belém Câmara (1927); primário no Colégio Pedro II (Natal, 1928-30) do Professor Severino Bezerra e preparatórios no Ginásio do Recife (1931-3) e Instituto La Fayette (Rio, 1933-6). Técnico agrícola pela Escola Superior da Agricultura de Lavras – MG (1938-40). Casou-se com Cassilda Aranha Soares (1944), que lhe deu Isadora (1945-1972) e Cassiano (1948), agrônomo da UFRN. Lamartine lecionou na Escola Doméstica de Natal e Escola Técnica de Jundiaí/RN. Pracinha daquém mar nº 1918 da III Cia. de Metralhadoras/16º RI, durante a 2ª Guerra Mundial. Em 1950, ‘tomou um Ita no Norte’ e foi encarregado da Fa. Oratório, Macaé/RJ. Administrador da Colônia Agrícola do Maranhão (Barra do Corda, 1951-2) e Núcleo Colonial do Pium/RN (1952-4). Em 1955, ingressou no Banco do Nordeste do Brasil onde esteve depositado até se aposentar (set./1979). […] Teve uma segunda união com Maria de Lourdes Leão Veloso da Rocha (1961). Repartia o seu entardecer catando livros raros nos sebos do Rio de Janeiro e plantando árvores num ‘lenço de chão’ que apelidou de Acauã (Ipatira-RJ) para o amanhã alheio, ocupação que agora está transferindo para os sertões de sua terra”, descreveu Oswaldo sobre si mesmo.

Ainda em seu texto, José Daniel Diniz diz que do pai, herdaria Oswaldo o amor irrecorrível pelo sertão do Seridó, fascinado por tudo que se refere a sua geografia física e humana: a pecuária, a fauna, a flora, os instrumentos de trabalho, as técnicas de armazenamento de água, as serras e a Caatinga, o vaqueiro, a comida, a lírica popular. “Desde que começou, ainda muito jovem e já merecendo reconhecimento de quem lia seus textos (especialmente do velho parceiro Vingt-Un Rosado), Oswaldo Lamartine logo se colocou em uma vastíssima galeria, da qual permito-me destacar nomes como os de Manoel Dantas, Zila Mamede, José Bezerra Gomes, os governadores Lamartine e José Augusto, Paulo Balá e o inesquecível professor Muirakytan Macêdo. E de pronto se tornou admirado pela intelectualidade brasileira, merecendo referências elogiosas de intelectuais do porte de Gilberto Freyre, Rachel de Queiroz, Ariano Suassuna e José Lins do Rêgo”, acrescentou.

Oswaldo foi amigo de muitos famosos, entre os quais estão a escritora Rachel de Queiroz – Fonte: Papo de Cultura

Anjo magro e lacônico, foram definições traçadas pela escritora Rachel de Queiroz para descrever aquele que o considerava “amigo-irmão”. “Conheci Oswaldo Lamartine quando começava a escrever o Memorial de Maria Moura, nos começos de 1990. Eu estava ‘situando’ o romance; fixara-o geograficamente naqueles sertões que nascem nos fundos de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, e marcham pelo Oeste, na direção de Goiás. Eu me inspirava, para essa localização, num velho mapa que descobrira nos guardados do meu avô engenheiro, o Dr. Rufino, onde a região aparecia desenhada apenas nos seus limites externos e marcada pelo letreiro: Território não mapeado”, lembra a escritora.

No trecho, retirado do jornal cultural O Galo, edição de julho 1997, e publicado na íntegra na apresentação da coleção da EDUFRN, a saudosa autora de “O Quinze” lembra que, a princípio, desconfiou quando indicaram que ela pedisse ajuda a Oswaldo para sua pesquisa do livro. “A princípio, quando José Bonifácio Câmara e Melquíades me falaram dele, eu até cismei um pouco: filho de senador e presidente do Rio Grande do Norte, sociólogo e folclorista? E eis que surge aquele anjo magro, só querendo falar das coisas de que nós ambos gostávamos – quer dizer, do sertão. A cada visita, ele me trazia novas contribuições para a minha história: o nome de um pano, os trocos de moeda, os chás caseiros; tivemos grandes confabulações também sobre os ferros de marcar gado, objeto de seu grande interesse (a porta do seu apartamento, aqui no Rio, é “ferrada” como uma rês; e até agora tenho resistido em ferrar a minha também, operação que ele me recomenda, com empenho”, disse Rachel.

A apresentação da coleção traz ainda um depoimento muito valioso do também saudoso Ariano Suassuna. Ele lembra do apoio recebido pelo ex-governador Juvenal Lamartine, pai de Oswaldo, que acolheu sua família, vítima de perseguição política na Paraíba em 1930. “Posso dizer que eu já era amigo de Oswaldo Lamartine antes de conhecê-lo pessoalmente, ou mesmo através de cartas, uma vez que nunca nos correspondemos. Eu tinha cerca de três anos de idade, e Oswaldo, já com onze anos, salvo engano, encontrava-se estudando no Recife ou no Rio. Tanto eu quanto Oswaldo fomos profundamente feridos na Revolução de 30 e seus desdobramentos: eu perdi meu pai, assassinado; Oswaldo perdeu um irmão, da mesma maneira”, lembra o autor de O auto da Compadecida.

O escritor Virgílio Maia lembra, em texto enviado para a mesma edição de 1997 do O Galo e republicado na apresentação da referida coleção, de quando conheceu Oswaldo pessoalmente. “Impressionou-me, não posso deixar de dizer, a magreza extrema. E, para além disso, no burburinho do lançamento, a calma, a presteza com que a todos atendia, condado e modesto, como se aquele ajustamento não fosse só por causa dele”, relata. Virgílio, cearense de Limoeiro do Norte, conheceu o escritor potiguar através de sua obra. Encantado com seu conhecimento, passou a se corresponder com ele durante muito tempo. “Telefonei então para o Mestre Oswaldo – dei com ele em seu sítio no interior do estado do Rio de Janeiro, ‘um lenço de chão’, como ele disse – e travamos, a partir daí, uma estreita amizade epistolar, carta vai, carta vem, livro vai, notícias, informações bibliográficas e essas coisas assim. Devo confessar, porém, que nunca pude corresponder nem à mínima parte com que Mestre Oswaldo tinha de conhecimentos sobre as cousas do sertão”, completou.

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