domingo, 21 de outubro de 2018

A família Rêgo - subsídios históricos

Por Marcos Pinto*

Brasão da Família Rêgo

A ocupação e exploração das terras interioranas, principalmente daquelas situadas nas áreas semiáridas, só foram objetivadas quando o solo mais áspero e inútil do Brasil se revelou de excelente qualidade para a criação de gado. 

Dentre os novos colonizadores que venceram a aridez do clima,  a ousadia do nativo e a vastidão da caatinga, destacam-se vários personagens desta culta e indômita família Rêgo, velhos povoadores dos sertões nordestinos com as genealogias familiares Barros, Rêgo, Rêgo Barros, Morais Rêgo, Rêgo da Fonseca, todos oriundos do mesmo tronco familiar do português D. Egas Mendes de Gundar, casado com dona Maria Viegas, que também assinava-se como D. Maior Pais Pinto. 

Vê-se pelo tronco inicial genealógico é o mesmo da família Pinto, também disseminadora do sangue europeu nos sertões nordestinos. O maior expoente cultural português, Luiz Vaz de Camões, enaltece a figura de D. Egas, em sua celebre obra, “Os Lusiadas”, evocando a sua bravura ao combater ao lado do rei português, tendo ambos perecido na batalha travada. 

A tradição oral conta que para o RN, zona oeste, vieram de Pernambuco no começo do século XVIII três irmãos: Simão do Rêgo Leite, Antônio do Rêgo Leite e Luiz do Rêgo Leite. O primeiro se estabeleceu na região que hoje pertence ao município de Luis Gomes, o segundo em Apodi, ou Portalegre, e o terceiro em Malhada de Areia, município de Pau dos Ferros. 

Estabelecido em Pau dos Ferros, Luiz do Rêgo Leite casou-se com Ana Ferreira do Rêgo, tendo tido dado origem a seguinte e brava prole: Maria do Rêgo Leite, que casou com José Pereira, apelidado “Cazuzinha da Gangorra”; Luiz do Rêgo Leite (o segundo do nome), que casou com Benta do Rêgo Leite (daí a origem das muitas Bentas na família Rêgo), em primeira núpcias, e em segundas com a senhora Raimunda Martins de Lacerda, tendo fixado residência em Malhada de Areia. 

Outro filho de Luiz do Rêgo Leite(primeiro) recebeu o nome de Manoel do Rêgo Leite, que casou-se com Ana Tereza de Souza Rêgo, filha de Francisco Antônio de Souza e Tereza de Souza, residiam na fazenda Taboleiro dos Bois. Daí os Souza Rêgo. 

Adveio mais outro herdeiro na pessoa de Florêncio do Rêgo Leite, nascido a 1857 e falecido no dia 02.01.1926, aos 69 anos de idade, residia no Sítio Boa Vista – Apody –RN. Era casado com Rita do Rêgo Leite, deixando os seguintes filhos: Benedito, Francisco, Raimunda, Francisca do Rêgo Leite. De Florêncio é origem dos muitos Rêgo que proliferam nas várzeas do Apody. 

Dos patriarcas desta família, e de Simão do Rêgo Leite que advém os muitos Rêgos que povoam o município de Portalegre, conforme inventário deste – do ano de 1824 (ano de sua morte) que tramitou pelo Cartório de Apody, sendo certo que o inventariante foi o seu filho José do Rêgo Leite, que tinha por irmãos Antônio do Rêgo Leite (morador  em Portalegre), Isabel Maria da Conceição, casada com Francisco Pedro de Carvalho; Josefa do Rêgo Leite, que depois de casada com Antônio da Mota Ferreira passou a assinar-se Josefa Ferreira da Mota, sendo esta Josefa e Antonio os pais de Vicência Ferreira da Mota, que por sua vez casou-se com o português Antônio Joaquim Rodrigues, pai do vigário Antônio Joaquim Rodrigues (de Mossoró). 

O filho(de Simão) Antônio do Rêgo Leite era o pai de Vicente do Rêgo Leite, pai de Alvacir de Albuquerque Rêgo, João de Albuquerque Rêgo, dentre outros. Seu Alvacir reside em Mossoró, já septuagenário de larguíssima inteligência. 
Há que se ressaltar que o outro filho de Simão, por nome José do Rêgo Leite – residia no Sítio Santa Cruz – Apodi-RN. 

Simão faleceu no dia 09/10/1824. Destes homens já referidos ocorreram os entrelaçamentos endogâmicos (entre famílias), tendo causado nascimentos com defeitos físicos, descendentes mentecaptos, com tendência ao suicídio, porém, destacando-se em sua maioria pela vastíssima capacidade intelectual predominante em suas intensas manifestações de espírito e verve. 

São as anotações de genealogista de província. 

*Marcos Pinto é  historiador e advogado

Francisco Veríssimo - Portal Fatos do RN

2 comentários:

  1. Sou fascinado por conhecer sobre minhas origens. Família Rêgo presente de Deus.

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  2. Na verdade, o pai de Alvacir de Albuquerque Rêgo, irmão de João Albuquerque Rêgo e irmão por parte de pai do Deputado Estadual Getúlio Rêgo foi Vicente do Rêgo Filho, e o avô paterno de Alvacir que se chamava Vicente do Rêgo Leite.

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