sábado, 23 de setembro de 2023

Laboratório de Documentação do Ceres preserva acervo histórico do Seridó

O laboratório é considerado um dos mais antigos do Ceres. Foto: Arquivo Labordoc.

Livros de eleições, demarcações de terra, ajustes pecuários, processos criminais e habilitações de casamento. Esses são alguns dos documentos judiciais do município de Caicó, que se mantêm preservados no Laboratório de Documentação Histórica (Labordoc). Vinculado ao Departamento de História (DHC) do Centro de Ensino Superior do Seridó (Ceres/UFRN), o acervo possui uma documentação disposta em mais de 500 caixas de arquivos referentes à história seridoense.

Criado em 1998, o Labordoc surgiu a partir da necessidade ligada à conservação de documentos da esfera criminal provenientes da Comarca de Caicó, dos anos de 1853 a 1953, quando toda documentação desse período corria risco de ser queimada. A partir disso, professores do curso de graduação de História do Ceres tomaram a decisão de preservar os arquivos em uma sala de aula da Instituição, o que marcou o início do Laboratório, que é aberto semanalmente para consulta de estudantes, professores, pesquisadores, além da comunidade externa. Atualmente, o Laboratório é coordenado pelos professores Ane Mecenas e Helder Macedo.

O Laboratório é responsável, também, por receber visitas de estudantes de escolas da região do Seridó. Foto: Arquivo Labordoc.

O local é procurado quase diariamente por usuários da comunidade interna e, principalmente, externa, interessados em conhecer e fazer pesquisa nos acervos documentais nele acondicionados. Seus objetivos principais estão ligados à criação e preservação do acervo documental voltado para a história do Rio Grande do Norte e, principalmente, do Seridó, com a finalidade de utilização em pesquisas. O local funciona, ainda, como espaço para aulas práticas de componentes curriculares do curso de História da Instituição.

Ana Luise Mecenas ressalta, além disso, que por meio das redes sociais, usuários da internet mantêm acesso aos catálogos disponíveis com a documentação histórica, podendo fazer solicitação de cópia digital, que é disponibilizada no sistema de gerenciamento de acervos da UFRN pelos responsáveis do Laboratório. “Trata-se de mais um serviço prestado à comunidade externa, tendo em vista que a grande maioria da documentação armazenada é de acesso público”, esclarece a docente.

25 anos de preservação histórica

Como forma de comemorar os 25 anos de existência do Labordoc, será realizado um evento nos dias 25 e 26 de setembro e 31 de outubro, no Auditório de Pós-graduação do Ceres. Com a temática 25 anos do Laboratório de Documentação Histórica do Ceres (Labordoc): ensino, pesquisa e extensão no Seridó, a ação é gratuita e aberta a toda a comunidade. Para os interessados em participar, as inscrições são realizadas pelo site do evento.

A ação objetiva retomar a importância do Labordoc como centro de documentação, como espaço para a execução do tripé universitário Ensino, Pesquisa e Extensão e como potencializador de pesquisas sobre a História dos Sertões. Serão realizadas mesas temáticas distribuídas em três dias de atividades, reunindo antigos coordenadores do Laboratório, alunos de graduação e pós-graduação e pesquisadores que já tenham feito uso de seus acervos, sob custódia, para a produção de trabalhos científicos no nível de pós-graduação.

Na próxima segunda-feira, 25, a partir das 14h, acontece a primeira mesa temática intitulada Memórias e experiências no cotidiano de um arquivo: vivências no Labordoc, mediada por Maria Tereza Braga, estudante de Licenciatura em História do Ceres. A ação contará com a participação de duas egressas da Instituição e ex-bolsistas do Laboratório, as professoras Ariane Medeiros Pereira, do Colégio Diocesano Seridoense (CDS), e Avohanne Isabelle Costa de Araújo, da UFRN.

Já na terça-feira, 26, às 14h, começa a segunda mesa temática, que abordará O Labordoc e seu papel no ensino e na pesquisa no Ceres, conduzida por Vitor Vinicius Rodrigues Bezerra, aluno de Licenciatura em História do Ceres. O evento reunirá os professores Helder Macedo e Joel Carlos de Souza Andrade, além da ex-bolsista e mestranda do PPGHC Ana Laura de Souto Lira.

Para finalizar, no dia 31 de outubro, às 14h, será realizada a terceira mesa temática História afro-brasileira e indígena a partir de acervos custodiados pelo Labordoc, mediada por Mara Gabrielly Batista de Macêdo, mestranda pelo Programa de Pós-graduação em História dos Sertões (PPGHC/Ceres). Na ocasião, serão apresentadas pesquisas desenvolvidas pelos professores Cláudia Cristina de Lago Borges e Helder Macedo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário