Em sessão especial realizada na tarde desta terça-feira (24/10), o Tribunal de Justiça deu posse à desembargadora Berenice Capuxú de Araújo Roque, sétima mulher a ocupar o posto na história do TJRN. Sua promoção ocorreu pelo critério de antiguidade, na vaga decorrente da aposentadoria da desembargadora Zeneide Bezerra. A solenidade aconteceu no auditório da sede do TJRN e reuniu magistrados, servidores, familiares e amigos da nova integrante da mais alta Corte de Justiça potiguar, que chega a segunda instância após 41 anos de magistratura.
Após prestar o compromisso legal e tomar posse no cargo, nos termos do artigo 62 do Regimento Interno da Corte, Berenice Capuxú foi oficialmente empossada pelo presidente do TJ, desembargador Amílcar Maia, no cargo de desembargadora. Em seguida, coube aos filhos Diogo, Cadidja, Thiago e André, vestirem a toga na magistrada de segunda instância.
Amílcar Maia desejou votos de sucesso e colocou a Presidência do Tribunal de Justiça à disposição para o que ela precisar para o desempenho das suas funções. Ele disse que a presença dos colegas magistrados, das autoridades civis e militares, da família e dos amigos da empossada que compareceram à sessão solene demonstram “o grande carinho e consideração que têm por ela”.
A procuradora-geral de justiça, Elaine Cardoso, disse que a posse de Berenice Capuxú representa uma conquista de todas as magistradas e integrantes do Poder Judiciário e de todas as mulheres da sociedade potiguar, “fruto de toda uma carreira pautada pelo trabalho, pela dedicação, pela ética e pela competência”. Falou que o Ministério Público vê a chegada dela ao Tribunal como uma contribuição importante e efetiva e que deseja “que toda a sua atuação, trilhada com brilhantismo até este momento, se renove com muita ressignificação como a senhora tem feito em sua vida”.
Exemplo para jovens mulheres
Para saudar sua mais nova integrante, o Tribunal de Justiça escalou a desembargadora Lourdes Azevêdo que, ao iniciar sua fala de boas vindas, ressaltou a representatividade que a chegada de Berenice Capuxú traz consigo nessa nova jornada de sua vida profissional “não apenas por se tratar de uma mulher que está tomando assento no Plenário desta Egrégia Corte Potiguar, o que já é um feito de expressivo significado, mas sobretudo pela sua história de vida, pelas tantas batalhas que venceu e dias que abdicou da sua vida pessoal em prol da missão de servir”.
Lourdes Azevêdo destacou a origem seridoense da colega de toga e sua fonte inspiradora, de cunho familiar, em especial, seu pai, Siloé Capuxú, advogado provisionado, que despertou nela o amor pela Justiça. Falou da trajetória profissional da nova desembargadora desde quando se tornou advogada até sua chegada à magistratura, com atuação marcante no Direito de Família, passagens pelo Tribunal de Justiça substituindo desembargadores, assim como integrante do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral – TRE/RN, como membro efetivo.
“Nossa nova desembargadora não é apenas um exemplo do que é possível alcançar com determinação, estudo e trabalho árduo, mas também inspira todos nós, em especial as jovens mulheres, a acreditarem que podem alcançar o mais alto nível em suas carreiras, independentemente de qualquer obstáculo. (…) Ascende a esta Corte uma mulher com a carreira pautada pelo senso de justiça e igualdade, capaz de fazer a diferença, com sabedoria, na vida das pessoas mediante decisões justas e ponderadas”, destacou Lourdes Azevêdo.
“Por trás do processo, há vidas humanas”
Em seu discurso, Berenice Capuxú falou viver um momento especial em sua carreira de magistrada, por chegar ao último posto da magistratura estadual. Ela agradeceu ao presidente Amílcar Maia, “pela confiança e apreço ao me receber neste tribunal para ocupar o gabinete já vazio pela aposentadoria da desembargadora Maria Zeneide Bezerra, minha amiga pessoal há quatro décadas, oportunidade que aproveito para reconhecer a grandeza dessa mulher neste tribunal”.
Ela agradeceu aos demais membros da corte que, por unanimidade, votaram para que ela pudesse tomar posse no cargo de desembargadora pelo critério de antiguidade. Agradeceu aos pais, aos irmãos, filhos e sobrinhos, bem como as amigas juízas de família “pelo carinho, confiança e troca de experiências diárias sobre nosso trabalho, sobre os diversos temas que temos em comum ou não”. Agradeceu, por fim, aos servidores que “ajudaram-me a cumprir o meu dever de fazer a entrega do resultado do processo com mais rapidez sem perder a qualidade”.
Por fim, se dirigindo ao jurisdicionado potiguar, disse que assume este novo desafio com o pensamento voltado para contribuir para a célere entrega da prestação jurisdicional, fato que revelou perseguir durante toda a sua carreira de juíza no primeiro grau. “Então, com esses companheiros da 2ª câmara cível, e com um grupo valioso de servidores, reafirmo o propósito de examinar cada caso com o cuidado de quem lembra, constantemente de que por trás do processo, de forma nem sempre expressa, há vidas humanas, expectativas e esperanças”, concluiu.
Fonte: TJRN
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