quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Astrônomos da UFRN participam de descoberta de novo exoplaneta com sistema da Nasa

Exoplanetas são planetas que estão fora do sistema solar. Esse é o segundo descoberto pelos cientistas da UFRN, que já haviam participado da revelação de outro em 2019. Foto: divulgação.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) participaram da descoberta de um novo exoplaneta. O planeta TOI-257b (HD 19916) é do tipo sub-Saturno quente e com período orbital de aproximadamente 18 dias.

A descoberta foi do Grupo de Estrutura, Evolução Estelar e Exoplanetas do Departamento Física Teórica e Experimental.

“Esta é uma descoberta importante para nosso grupo na UFRN, pois, em dois anos, estamos anunciando o segundo exoplaneta com nossa participação", disse o astrônomo José Dias Nascimento Júnior, que participou da descoberta. Ele estuda a evolução das estrelas e suas estruturas.

"TOI-257b é um exemplo do que os astrônomos chamam de ‘sub-Saturnos’, que são planetas maiores que Netuno e menores que Saturno. É um tipo de planeta ausente no sistema solar, apesar de possível”.

São chamados de exoplanetas os planetas que se encontram fora do sistema solar, estando, portanto, na órbita de outras estrelas.

Esse é o segundo exoplaneta descoberto com participação do grupo e com a utilização dos dados do satélite caçador de planetas da Nasa, o TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite).

Em 2019, o grupo anunciou o exoplaneta do tipo “Saturno quente” TOI 197b com período orbital de 14 dias e descoberto com auxílio também do telescópio da Nasa.

Novo exoplaneta

O planeta TOI-257b está a cerca de 250 anos-luz de distância e completa uma órbita em torno de sua estrela a cada 18 dias. Os pesquisadores consideram que possa ser um mundo gasoso em função da baixa densidade.

Telescópio TESS, da Nasa, foi utilizado na descoberta do exoplaneta — Foto: Divulgação

A massa do novo exoplaneta é quarenta vezes maior que a da Terra e o volume é quase 350 vezes maior.

O grupo de pesquisadores fez observações espaciais e também em terra, essas feitas com o observatório Minerva-Australis, um conjunto de cinco telescópios robóticos com abertura de 70 centímetros no Observatório Mount Kent, operado pela University of Southern Queensland (USQ). O observátorio foi suporte importante para as observações do TESS da Nasa.

O doutorando Leandro de Almeida participou da descoberta do exoplaneta de 2019 e do mais recente. Ele explica que a nova descoberta é de um exoplaneta aparentemente raro (com o tamanho entre Netuno e Saturno).

Segundo o pesquisador, com o trabalho foi possível a caracterização da hospedeira com precisão e utilizando sismologia estelar. “Isso coloca esse sistema entre os poucos que possuem uma caracterização muito precisa.” comentou.

José Dias do Nascimento cita lições aprendidas com o exoplanetas e afirma que o universo é um lugar peculiar e diverso, com muitos tipos de planetas. “Existem os sub-Saturnos, as superterras e os mini Netunos. Esses planetas não existem no nosso quintal, o sistema solar”, reforça.

O pesquisador da UFRN adianta que os dados mostram ainda fortes evidências de um outro planeta no sistema, o TOI-257c, que esperam confirmar entre 2021 e 2022.

Sistema da Nasa

Em janeiro, a missão TESS entregou um total de 1.604 candidatos planetários e observações de acompanhamento que resultaram em um total de 37 descobertas planetárias confirmadas.

O grupo da UFRN é, atualmente, o único time brasileiro diretamente envolvido com a descoberta de exoplanetas com o TESS.

*Por G1-RN

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