O empresário Francisco Ferreira Souto Filho, 95 anos, faleceu na noite de ontem, em Mossoró. A confirmação da morte foi feita pela sua esposa, Edith Souto. "É com profundo pesar que comunico o falecimento de Francisco Ferreira Souto Filho, Soutinho. O velório será na sua residência, na Praça vigário Antonio Joaquim", comunicou ela, em mensagem a amigos e familiares. "Soutinho" como era conhecido, nasceu em Areia Branca, no dia 7 de agosto de 1926; e sua trajetória, como empresário, se confunde com a história da indústria salineira no Rio Grande do Norte. Mostra disso é que ele foi presidente do Sindicato da Indústria da Extração do Sal do Estado (Siesal/RN) por 62 anos.
De acordo com perfil publicado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), ele abandonou o curso de Direito para assumir os negócios da família. Na época, isso consistia em algumas fazendas, ações e salinas na região Oeste, nas cidades de Areia Branca, Grossos e Mossoró. Em 1953, ele participou ativamente da fundação do Siesal e foi eleito o primeiro presidente da entidade. E foi reconduzido para a função por mais de seis décadas. Ele só deixou o posto em 2020.
Seu sucessor na função, Airton Torres, descreveu-o como um homem à frente de seu tempo, um exemplo para o setor empresarial. "Ele é uma referência para os empreendedores do Rio Grande do Norte. Teve uma vida dedicada ao setor produtivo, à atividade industrial. Foi uma liderança incansável na defesa do setor salineiro. Exerceu a presidência do Sindicato por 62 anos e, em um gesto de reconhecimento, era presidente de Honra da entidade. Também empreendeu em energias eólica. Sempre vai ser um exemplo de empresário", declarou.
Ele também foi um dos membros fundadores da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), na qual é um dos diretores. Ele integrou a Associação Brasileira de Extratores e Refinadores de Sal, por mais de 40 anos.
Sua trajetória como empresário lhe rendeu inúmeras homenagens. Em maio de 2010, foi agraciado com a Ordem do Mérito Industrial, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Essa é a mais alta comenda da indústria brasileira.
Em 2021, foi homenageado pela Fiern com a "Medalha do Mérito Industrial Walter Byron Dore", concedida anualmente aos que se destacaram como apoiadores e incentivadores do progresso da indústria do Rio Grande do Norte.
Em 1976 casou-se com Edith Fernandes Souto, que em 2011 lançou a biografia “Trabalhar e viver o que puder”, em parceria com Jacques Cassiano Fernandes Vidal, que narra os principais momentos da trajetória de vida do empresário. O livro foi lançado em 2011, em solenidade na Fiern. Na época, o então presidente da entidade, Fávio Azevedo, declarou que Soutinho era "um homem de sete instrumentos, deixou sua marca em quase todos os segmentos industriais e sua vida é um exemplo para os empresários do Rio Grande do Norte". Além da atuação no setor salineiro, Francisco Souto Filho também atuava na área de energia eólica no Rio Grande do Norte e no Ceará; e agropecuária.
Com informações da Tribuna do Norte
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