sábado, 26 de outubro de 2024

Morre o ex-deputado estadual Floriano Bezerra de Araújo


Faleceu neste sábado(26), em Natal, o líder operário-camponês, escritor, poeta, e ex-deputado estadual Floriano Bezerra de Araújo, aos 96 anos.

Floriano nasceu no Vale do Açu, mas cresceu em Macau, onde se destacou como líder sindical na indústria salineira. Ele foi um dos pioneiros na criação dos primeiros sindicatos de trabalhadores rurais e das Ligas Camponesas no RN, tornando-se um ativista no movimento camponês nordestino. Dedicou sua vida à defesa dos direitos dos trabalhadores e à justiça social.

Foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Sal de Macau.
Presidiu a Federação dos Trabalhadores na Indústria do RN, durante dois anos, e no mesmo período foi delegado da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, entidade com a sigla CNTI.

Floriano também foi um militante de direitos humanos, participando ativamente de movimentos como "O Petróleo é Nosso" Sua trajetória é um exemplo de dedicação e compromisso com a justiça social e a igualdade.

Carreira política


Floriano Bezerra de Araújo era filho de Venâncio Zacarias de Araújo, ex-prefeito de Macau durante o período 1959/1963.

Em 1954 Floriano disputou uma vaga na Assembleia Legislativa, pelo antigo Partido Trabalhista Brasileiro(PTB), ficando na suplência. Mas, chegou a assumir uma vaga na ALRN durante a legislatura 1959-1963.

Em 1958 se elegeu deputado estadual, pelo PTB, com 2.224 votos. Assumiu a Quarta-secretária da Mesa-Diretora da ALRN de 1961 a 1962. Foi reeleito deputado em 1962, pela coligação PST/UDN, com 2.747 votos.


Floriano ficou conhecido como o “deputado cabeleira”, sendo uma voz forte em defesa dos trabalhadores. Enfrentou o poder do latifúndio rural e da burguesia urbana, sem medo.

Entretanto, ficou no cargo até 1964, quando teve o mandato cassado pela ditadura militar, sendo preso e torturado por suas convicções políticas, além da perda dos direitos políticos por quase 20 anos.

Inicialmente, o deputado foi preso em Natal, no 16RI, onde ficou cerca de um mês. Logo depois, foi transferido para Fernando de Noronha, juntamente com o ex-prefeito de Natal, Djalma Maranhão, o então deputado Aldo Tinoco e Luiz Maranhão. Foram mais 28 dias preso. Entre idas e vindas de prisões em Macau e Natal, Floriano passou nove meses preso.

Anos depois, após recuperar os direitos políticos, disputou sem êxito a prefeitura de Macau nas eleições municipais de 1982 e 1988. Também concorreu a deputado estadual em 1986, 1990 e 1998, mas não se elegeu.

Em 1994 concorreu ao Senado Federal, pelo Partido dos Trabalhadores(PT), ficando em sexto lugar, com 61.047 votos.

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