Dentre os princípios éticos e morais que regem as relações humanas, revela-se com maior precisão a modalidade instintiva denominada DESCONFIÔMETRO. Poder-se-á afirmar que tal mecanismo impede, não raro, a manifestação de pensamentos acintosos em relação ao interlocutor circunstante.
O desconfiômetro proporciona extremada capacidade de discernimento, compatível com as variáveis da vida. Há, porém, casos em que paixões mais fortes nos arredam de teor comum na vida, neutralizando nossos afetos e produzindo ações avessas daquilo que fazia separar a maneira de pensar e sentir. Daí a importância de desconfiômetro, sem o qual predominariam a vingança e a ambição, cegando-nos, a ponto de lançar-nos em projetos opostos às nossas ideias e sentimentos.
Nada mais irritante do que deparamo-nos com pessoas que não tem o dom de desconfiômetro. Em geral são de um primarismo arrogante, buscando por gosto os insultos, e por isso querendo precipitar-se do cume da distinção na geral insignificância.Têm compostura de molde a deixar visíveis os arranzéis de ataque pessoais. Animam-se à teimosias ante nossa capacidade de pontificar na vida em consonância com as deliberações preliminares oriundas da escola da vida. Ufanam o peito com ares de baiacus, instigando à rebeldia para depois deixar entregues (as suas vítimas) à própria sorte.
Desconfio, caro leitor, quando encontrares essa virulenta espécie, arrotando pseudo competência, de forma bisonha e renitente. Tive o desprazer de encontrar este tipo de supra-sumo da boçalidade, o qual queria ganhar celebridade a expensas minhas, tendo por tal investida resvalado no ridículo o tal sacripanta. Não lhe dei resposta nem importância; E dou um aviso aos infelizes e asquerosos navegantes da boçalidade açodada pelas perfídias; Podem bramir, injuriar, vituperar, doestar, espumar de raiva fingida e paga. Não abrirei polêmica com os tais,até porque, por mais que se esbofem, nunca conseguirão rasgar brecha em minha inconfundível e inexpugnável e honrada trajetória de vida. Desculpem-me pelo auto-elogio mas São Paulo também assim o fez, por ocasião da segunda epístola aos Coríntios, Capítulo XI.
Aos que vierem com inquirições malsãs e maquiavélicos, faço a advertência de que até agora nem toquei a campainha para chamar os lacaios, nem bati castanholas aos cães de casa. Ladrem e cainhem; portanto, lá no pátio à vontade, que eu por cá me fico muito bem seguro de mim, e cada vez mais aferrado às minhas ideias.
Sei que os encontrarei(os boçais) na estrada da vida. E para que esbravejem mais esses cainços e cada dia mais se mordem e remordam de impotente desespero, comunico-lhes que DEUS dotou-me de singular manancial de perspicácia para vislumbrar recônditas minudências.
Ao leitor amigo a observação de que estas ideias não apenas as que alguns pensam em silêncio, e que eu prefiro pensar em voz alta. Se está errado, corrigir-se-á. Se está certo, tanto melhor, de um modo ou de outro, dizer a verdade às vezes aproveita, não propriamente a quem diz, mas especialmente a quem ouve. Aprendi isto na escola da vida.
Por Marcos Pinto – historiador e advogado apodiense
19.03.1999
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