terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Fauna política


Personagens de um mundo exótico, adotam posturas, em suas maiorias, contestáveis aos olhos sempre vigilantes dos diversos segmentos sociais. Há que se traçar um perfil minucioso dentro da dinâmica política – essa caixinha de surpresas, uma agradáveis, outras com o sabor acre da felonia. 

Alguns são julgados de forma cruel e pejorativamente, por muitos de quantos se ocuparam até agora do exame ou crítica, de nossos costumes político-partidária. Certamente entre esta estranha fauna houve e ainda há gente da pior espécie, exploradores das posições em que eram e são mantidos por longos anos pelo bafejo e prestígio de apoio oficial, pela força que lhes davam e ainda dão governos desabusados, atuando pelos mais condenáveis processos, muitas vezes violentos, outros tantos descnetos. Talvez por desígnios de DEUS esta influência é sempre fêmera, passageira, desaparecendo e sumindo-se tão pronto cessava o suporte que, lhes assegurava a permanência e garantia o predomínio nefasto. 

No contexto geral ainda é perceptível a existência de individualidade que se destacam por qualidades superiores, as quais dedicam-se de corpo e alma ao interesse público, defendendo-o, por todos os modos e meios, surgindo nas horas difíceis e arriscadas para conciliar elementos desavindos, resolver situações complicadas, arcando com uma palavras serena e sábia, constituindo força indispensável de equilíbrio da sociedade, carente e direção e orientação. 

Tais personagens não se improvisam e independem da, vontade de alguns incautos, matendo-se em virtude de prestígio, que lhes advém, espontaneamente e de forma sólida, da irreprimível confiança popular. diante tanta virulência política torna-se fácil constatar espécimes raras, em face de qualidades excepcionais, notadamente qualidades de caráter, e uma contínua preocupação pelo bem público. 


O eminente jurista RUI BARBOSA divide esta fauna nas seguintes classes: DOS ESFINGES – Intimam a sua autoridade pelo silêncio. Entocam-se no desconhecido;  não encarnam opinião nenhuma. Mas, haja aí uma precisão, um aperto; superabundem moldes, afetando e faltando apenas quem seja capaz de plasmar coisa que a to dos agrade. 

DOS FURTA-CORES – Caberiam zoologicamente na família dos camaleões, animais apreensores até pela cauda, e cujos olhos possuem a singular propriedade de mover-se independentes um olho do outro, vendo em direções opostas. Supõe o povo que eles papam vento. Mas a ciência conhece a distensibilidade extraordinária da sua língua e a gula insetívora destes saurianos. Em política são indivíduos que mudam de ideias com o ar que respiram, e de coloração conforme o ramo onde pisam, são os que PODEM, DEVEM e QUEREM. 

DOS TRANCAS – Espécie de travessões opostos a todo movimento. Não admitem progresso, a não ser para trás, a recuansos. Não se cansam de reiterar, contra quantas reformas vieram. 

DOS CAPITALISTAS – Gênero de forretas que descobrem o meio de cabal pelo poder econômico. 

DOS PERNÓSTICOS – Fanfurriam uns espíritos de olhar grave; sustentam conclusões magnas. 

A última classe é a dos PATETAS, ramificada em duas ordens: Dos SAGRADOS e PATULÉAS. A dos Sagrados é composta pelos que servem de pasto voluntário aos sanguessugas; a dos Patuleás pela farandula incosciente dos faniqueiros das migalhas da festa. 

Na tenta das cogitações silenciosas, estuda esta fauna pelos elementos que a compõe, distribuía-os pelos seus caracteres que, com certeza saberás escolher os seus candidatos. 

Por Marcos Pinto – historiador e advogado apodiense 
27.09.92.  

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