segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

As unidades de conservação ambiental no Rio Grande do Norte

Segundo o IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte – entende-se por Unidade de Conservação o espaço territorial e seus recursos ambientais com características naturais relevantes, e que tenha objetivos de conservação e limites definidos ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
As Unidades de Conservação dividem-se em dois grupos: 

1. Unidades de Proteção Integral: o objetivo básico deste grupo de Unidades de Conservação é preservar a natureza.
O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias: 
• a) Estação Ecológica
• b) Reserva Biológica
• c) Parque Nacional 
• d) Monumento Natural
• e) Refúgio de Vida Silvestre
2. Unidades de Uso Sustentável: o objetivo básico deste grupo de Unidades de Conservação é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
Constituem o grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes categorias de unidades de conservação:
• a) Área de Proteção Ambiental
• b) Área de Relevante Interesse Ecológico
• c) Floresta Nacional
• d) Reserva Extrativista
• e) Refúgio de Vida Silvestre
• f) Reserva de Fauna
• g) Reserva de Desenvolvimento Sustentável
• h) Reserva Particular do Patrimônio Natural. 
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• ● ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA)
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• a) APA Jenipabu (*)
(*)Entre os moradores locais e mesmo a imprensa do Rio Grande do Norte, há predominância do uso de "Genipabu". Entretanto, segundo a Academia Brasileira de Letras, termos de origem indígena devem ser grafados com "j" (pajé, canjica, etc); portanto, o mais apropriado é "Jenipabu". O nome deriva do tupi "jenipa-bu", que significa "local onde se encontra jenipapo"; jenipapo é uma fruta típica da região.
• b) APA dos Recifes de Corais 
• C) APA Piquiri-Una 
Parques Estaduais
● PARQUES ESTADUAIS 
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• a) Parque Estadual Dunas do Natal "Jornalista Luiz Maria Alves"
• b) Parque Ecológico Pico do Cabugi 
• c) Parque Estadual Mata da Pipa 
• d) Parque Estadual Florêncio Luciano 
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• ● RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
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• a) Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual de Ponta do Tubarão
• ● UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EM PROCESSO DE CRIAÇÃO
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• a) UC Morro do Careca 
• b) APA das Carnaúbas
• c) Parque Estadual Mangues do Potengi
• d) Parque Estadual do Jiqui 
• e) APA Dunas do Rosado
• f) Cavernas - Região de Martins
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• ● OUTRAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EXISTENTES NO ESTADO
a) Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Sernativo – Acari- IBAMA/RN e Cecília Gonçalves Gonçalves.
b) Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Stoessel de Brito- Jucurutu-IBAMA/RN e Lídia Brasileira.
c) FLONA (Floresta Nacional)-Nísia Floresta- IBAMA/RN.
d) FLONA (Floresta Nacional) Açu - IBAMA/RN.
e) Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Mata Estrela Senador Antônio Farias- Baía Formosa.
f) Reserva Biológica Marinha do Atol das Rocas - IBAMA/RN.
g) Estação Ecológica do Seridó Serra Negra do Norte- IBAMA/RN.


Por Carlos Noronha - escritor e sociólogo natalense. 

domingo, 11 de dezembro de 2016

Aspectos Econômicos do Rio Grande do Norte

*Por Carlos Noronha

As atividades econômicas no Rio Grande do Norte são desenvolvidas em diversos setores, tais como: agricultura, extrativismo, pecuária, mineração, indústria, comércio e turismo.
Essas atividades participam historicamente da produção e organização sócio-econômica do Estado. 

Cada região potiguar teve seu desenvolvimento aliado a um ramo da economia. No litoral úmido, a cana-de-açúcar; no Sertão, a pecuária e o cultivo do algodão; nos vales do rios Piranhas-Açu e do Apodi-Mossoró, o extrativismo vegetal ligado à carnaúba; além do sisal no Agreste. A agricultura de subsistência encontra-se disseminada por todo o território estadual.

Além disso, deve-se salientar a extração do sal-marinho no litoral norte, a extração da xelita em Currais Novos e o extrativismo do fruto da oiticica nas várzeas dos rios Piranhas-Açu e Apodi-Mossoró.

Tais atividades primárias implicaram no surgimento de indústrias para o beneficiamento das matérias-primas. Dessa forma, houve o aparecimento das algodoeiras, que retiravam a semente da pluma do algodão. O caroço do algodão era industrializado e transformado em óleo comestível e para ração animal. A pluma, em fardos, era exportada para outros centros industriais brasileiros e para o exterior. 
A atividade canavieira trouxe os engenhos que transformavam a cana em açúcar, álcool, aguardente e rapadura.

A oiticica transformava-se em óleo para a fabricação de tintas e sabão. O sisal demandava pequenas fábricas para a produção de cordas e fios para sacarias. A cera de carnaúba, extraída da palha, era cozida até atingir o estado sólido e, então, exportada. O couro de animais, como bois, ovinos e caprinos, passava inicialmente pelos curtumes e, depois, exportado.

O sal, por seu turno, exigia industrialização, por intermédio das salinas. O sal em forma de cristais era moído e ensacado para chegar ao comércio e, posteriormente, às residências como conservante de carnes e peixes e como condimento.

Esse quadro caracterizou o Estado até a década de 1950. Com a chegada da energia produzida pela Hidrelétrica de Paulo Afonso (na Bahia), a criação da SUDENE (Superitendência do Desenvolvimento do Nordeste) e o novo impulso industrial no Sudeste, houve mudanças na maneira de produzir mercadorias. Sendo assim, a partir de 1960, o Rio Grande do Norte passa a receber novas indústrias e moderniza as então existentes. 

A concentração das atividades econômicas mais dinâmicas em certas regiões como a Grande Natal e Mossoró, implica no empobrecimento de outras áreas, determinando o fenômeno migratório que implica no crescimento desenfreado em particular da capital e seu entorno.

sábado, 10 de dezembro de 2016

O Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial

*Por Carlos Noronha

O fator geográfico proporcionou ao Rio Grande do Norte destacar-se no cenário mundial. Isso ocorreu durante a II Guerra Mundial quando Natal serviu de base aos aliados3. É a capital brasileira mais próxima da Europa e do norte da África.

A cidade possui uma posição estratégica global. Isso fez com que Natal recebesse as duas principais bases militares dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial: a Base Naval e Parnamirim Field - na época, a maior base da Força Aérea norte-americana em território estrangeiro.

Tendo em vista a proximidade relativa com o continente africano, o Rio Grande do Norte se constituía em alvo provável de uma possível invasão da América do Sul e, também, representava um local ideal para a partida de aeronaves que se dirigissem para a África e Europa. 

Natal apresentava grande interesse militar, podendo servir de base para a travessia de aviões do Oceano Atlântico e, no caso de uma tentativa de invasão do continente, em ponto estratégico para um possível ataque ao Canal do Panamá.
Em 1939 o conflito eclodira na Europa e a Alemanha dominava boa parte do continente. O Brasil declarou guerra ao Eixo em 1942, após o torpedeamento de navios brasileiros supostamente por submarinos alemães. 

A marcha do Marechal alemão Rommel no norte africano preocupou os países aliados, pois a tomada dessa área colocaria em perigo a navegação no Oceano Atlântico.
Diante dessa situação, revela-se a importância de Parnamirim na Segunda Guerra Mundial, uma base das nações aliadas sob a liderança dos Estados Unidos.
A vida em Natal sofreu mudanças com a vinda de grande número de estrangeiros, em sua maioria, norte-americanos. O comércio teve um incremento considerável e a cidade vivenciou novos costumes.

O provável perigo à navegação do Oceano Atlântico, da costa brasileira, como também de todo o continente americano tendo em vista o avanço militar da Alemanha no norte da África, pode ter sido a causa para o Brasil ceder bases militares no litoral do Nordeste do país.
Essas bases serviriam de apoio às operações militares que seriam desenvolvidas na África. 
Natal, nesse período, vivia um clima de guerra, inclusive com blecaute4 diários. Contava também com os serviços da Cruz Vermelha, Legião Brasileira de Assistência, Defesa Civil, e ainda abrigos antiaéreos familiares e públicos.
O recrutamento feito para o envio de tropas à Europa ou para a defesa do litoral contou com a participação de muitos potiguares. 

Quando o presidente norte-americano Franklin Roosevelt se encontrava na África, solicitou ao almirante Jonas Ingram para marcar um encontro com Getúlio Vargas, em Natal. Acertada a reunião, todas as providências foram tomadas em segredo.
O presidente Getúlio Vargas chegou a Natal no dia 27 de janeiro de 1943, acompanhado de sua comitiva. 

Na manhã seguinte, dois aviões trouxeram o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt e sua comitiva.
Vargas e Roosevelt participaram da Conferência de Natal que tratou de interesses mútuos e laços de amizades entre Brasil e Estados Unidos; a prevenção de um possível ataque dirigido de Dakar, na África, ao hemisfério ocidental; e o apoio do Brasil aos objetivos de guerra de Roosevelt. 

Nessa reunião ficou acertado o envio de tropas brasileiras para a guerra.
A presença norte-americana em Natal mudou profundamente os hábitos da população natalense, principalmente com a presença do grande número de militares estrangeiros que vieram para a cidade. Isso representou a convivência de duas culturas diferentes no mesmo espaço.

Os norte-americanos procuraram se integrar com os habitantes locais, patrocinando festas. Surgiram, então, associações recreativas que eram alugadas com o objetivo de realizar bailes. Houve, por causa disso, uma invasão de ritmos estrangeiros, como a rumba e o bolero.

Diversos produtos norte-americanos, naquela época, eram utilizados ou consumidos pela população local, tais como: refrigerantes, chocolate gelado e chicletes.
Os homens abandonaram a vestimenta que costumavam usar no dia-a-dia e adotaram roupas cáqui, de inspiração militar-esportiva ou jeans.
As mulheres passaram a agir com maior autonomia, incorporando modos norte-americanos.

Natal perdia aos poucos as características de cidade pequena. Chegam à capital potiguar de pessoas de outras nacionalidades, como por exemplo: príncipe Bernard (Holanda), Sra. Franklin D. Roosevelt (esposa do presidente dos Estados Unidos), Sr. Noel Charles (embaixador do Reino Unido no Brasil), entre outros.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Indígenas, Europeus e Africanos Formaram a População Norte-riograndense

Por Carlos Noronha

A população norte-riograndense é resultado dos indígenas que habitavam o Estado antes da colonização européia no século XVI; do elemento branco, composto basicamente por portugueses vindos dos Açores, Ilha da Madeira e do Minho, por franceses e holandeses; dos negros africanos; bem como, por ciganos e judeus.
Os indígenas ocupavam todas as regiões do Rio Grande do Norte, quando da chegada dos europeus. 

A população indígena praticamente desapareceu do Rio Grande do Norte causada pelo uso das bebidas alcoólicas, das doenças e da brutalidade dos conquistadores. 
No litoral habitavam os potiguaras, enquanto no interior viviam os tarairiús. Em 1805, os indígenas representavam 10% da população do Rio Grande do Norte.

No censo de 2000, a população indígena no estado corresponde a apenas 0,08%.
Com relação aos negros, observa-se que em 1805, estes representavam 16% da população total, caindo para 5% em 2000. Os escravos não vinham diretamente da África, mas sim de Pernambuco e do Maranhão.

A população branca aumentou a sua participação na população do Rio Grande do Norte. Em 1805, correspondia a 34% do total, passando a 41% em 2000. Contudo, a maior parte da população potiguar é composta pelos pardos com 52,5%. Por fim, os amarelos correspondem a 1% da população norte-riograndense. 

A miscigenação foi intensa entre os brasileiros de todas as regiões e épocas.
É provável, pois, que a maioria da população potiguar resulte desse processo de miscigenação, declarando-se “branca”, por diversos motivos, tais como o do preconceito racial.