segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O interesse holandês na Capitania do Rio Grande

 

Quando os holandeses decidiram invadir a Capitania do Rio Grande, estavam interessados no gado que lá havia, porque esse era necessário para abastecer de alimento as tropas holandesas que estavam em Pernambuco.

Eles também temiam que as tropas portuguesas utilizassem a Capitania do Rio Grande como entrada para chegar até Pernambuco, pela sua localização geográfica estratégica. Portanto, tomar essa Capitania era também garantir a permanência holandesa na Capitania de Pernambuco.
Os holandeses não estavam interessados em desenvolver a Capitania do Rio Grande. Também não estavam interessados em manter vivos os portugueses e nem os índios. Convenciam e atiçavam os índios Janduís a lutarem contra os portugueses e poupavam as suas tropas. Enquanto índios e portugueses morriam, eles ficavam mais fortes, pois não existiam baixas significativas nas tropas holandesas.

Acompanhadas dos Janduís, liderados por Marcial e Jacob Rabbi, as tropas holandesas passaram a atacar diversos povoados, principalmente Cunhaú, Uruaçu e Ferreiro Torto.
Jacob Rabbi era alemão, mas estava na Capitania do Rio Grande a mando do governo holandês. Era pago para prestar serviços à Holanda, fazendo alianças e liderando os Janduís, pondo-os, portanto, contra os portugueses.

Para conseguir a simpatia e confiança das tribos, Rabbi viveu entre os Janduís como um deles.  Casou com uma índia chamada Domingas, tornando-se parente e líder dos Janduís. Escreveu relatos sobre a cultura indígena e sobre a geografia da Capitania do Rio Grande.

Rabbi era considerado um homem astuto e inteligente. Falava alemão, holandês, português, tupi e tarairiú. Entretanto, pelos massacres que comandou foi considerado violento e tirano.
Após comandar os assaltos aos povoados e os massacres da população, Rabbi recolhia os bens das residências, dos engenhos e confiscava as terras. Dessa forma tornou-se rico, temido e respeitado, mas também construiu grandes inimizades.

Fonte: Rio Grande do Norte: História, Cultura e Identidade - Marlúcia Galvão Brandão. Curitiba: Base Editora, 2008

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