Personagens de um mundo exótico, adotam posturas, em suas maiorias, contestáveis aos olhos sempre vigilantes dos diversos segmentos sociais. Há que se traçar um perfil minucioso dentro da dinâmica política – essa caixinha de surpresas, uma agradáveis, outras com o sabor acre da felonia.
Alguns são julgados de forma cruel e pejorativamente, por muitos de quantos se ocuparam até agora do exame ou crítica, de nossos costumes político-partidária. Certamente entre esta estranha fauna houve e ainda há gente da pior espécie, exploradores das posições em que eram e são mantidos por longos anos pelo bafejo e prestígio de apoio oficial, pela força que lhes davam e ainda dão governos desabusados, atuando pelos mais condenáveis processos, muitas vezes violentos, outros tantos descnetos. Talvez por desígnios de DEUS esta influência é sempre fêmera, passageira, desaparecendo e sumindo-se tão pronto cessava o suporte que, lhes assegurava a permanência e garantia o predomínio nefasto.
No contexto geral ainda é perceptível a existência de individualidade que se destacam por qualidades superiores, as quais dedicam-se de corpo e alma ao interesse público, defendendo-o, por todos os modos e meios, surgindo nas horas difíceis e arriscadas para conciliar elementos desavindos, resolver situações complicadas, arcando com uma palavras serena e sábia, constituindo força indispensável de equilíbrio da sociedade, carente e direção e orientação.
Tais personagens não se improvisam e independem da, vontade de alguns incautos, matendo-se em virtude de prestígio, que lhes advém, espontaneamente e de forma sólida, da irreprimível confiança popular. diante tanta virulência política torna-se fácil constatar espécimes raras, em face de qualidades excepcionais, notadamente qualidades de caráter, e uma contínua preocupação pelo bem público.
O eminente jurista RUI BARBOSA divide esta fauna nas seguintes classes: DOS ESFINGES – Intimam a sua autoridade pelo silêncio. Entocam-se no desconhecido; não encarnam opinião nenhuma. Mas, haja aí uma precisão, um aperto; superabundem moldes, afetando e faltando apenas quem seja capaz de plasmar coisa que a to dos agrade.
DOS FURTA-CORES – Caberiam zoologicamente na família dos camaleões, animais apreensores até pela cauda, e cujos olhos possuem a singular propriedade de mover-se independentes um olho do outro, vendo em direções opostas. Supõe o povo que eles papam vento. Mas a ciência conhece a distensibilidade extraordinária da sua língua e a gula insetívora destes saurianos. Em política são indivíduos que mudam de ideias com o ar que respiram, e de coloração conforme o ramo onde pisam, são os que PODEM, DEVEM e QUEREM.
DOS TRANCAS – Espécie de travessões opostos a todo movimento. Não admitem progresso, a não ser para trás, a recuansos. Não se cansam de reiterar, contra quantas reformas vieram.
DOS CAPITALISTAS – Gênero de forretas que descobrem o meio de cabal pelo poder econômico.
DOS PERNÓSTICOS – Fanfurriam uns espíritos de olhar grave; sustentam conclusões magnas.
A última classe é a dos PATETAS, ramificada em duas ordens: Dos SAGRADOS e PATULÉAS. A dos Sagrados é composta pelos que servem de pasto voluntário aos sanguessugas; a dos Patuleás pela farandula incosciente dos faniqueiros das migalhas da festa.
Na tenta das cogitações silenciosas, estuda esta fauna pelos elementos que a compõe, distribuía-os pelos seus caracteres que, com certeza saberás escolher os seus candidatos.
Por Marcos Pinto – historiador e advogado apodiense
27.09.92.
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